sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Reciclagem no Brasil



O perfil qualitativo dos resíduos sólidos urbanos no Brasil, de uma maneira geral, é denominado de " Lixo pobre", por conter uma baixa parcela de materiais reaproveitáveis.

A Constituição Federal esta
belece que o Poder Público Municipal é o órgão responsável pela coleta de lixo, além da limpeza das ruas e praças da cidade. Formas inadequadas de acondicionamento de lixo podem gerar grandes prejuízos ao meio ambiente. Os lixões, por exemplo, são formas inadequadas de acondicionamento, pois são responsáveis pela proliferação de doenças, solo contaminado e mau cheiro.


O Brasil, mesmo quando comparado a alguns países desenvolvidos, apre
eitadas.

Análise da Reciclagem no Brasil por material:



46% das embalagens de vidro são recicladas no Brasil somando 390 mil ton/ano. Desse total, 40% são oriundos da indústria de envaze, 40% do mercado difuso, 10% do "canal frio" (bares, restaurantes, etc) e 10% do refugo da indústria. Nos EUA, o índice de reciclagem gira em torno de 40%, correspondendo a 2,5 milhões de toneladas, na Suíça (92%), na Finlândia (91%), na Noruega e Bélgica (88%).

Em 2003, 45% do total de vidro que circula no mercado nacional foram reciclados, somando mais de 580 mil toneladas. Este índice praticamente dobrou em uma década, visto que em 1993 o índice de reciclagem era de 25% do total produzido deste material.

Em 2007, 47% do total de vidro que circula no mercado nacional foram reciclados, enquanto que os Estados Unidos reciclaram 40%.

Com um quilo de vidro se faz outro quilo de vidro, com perda zero e sem poluição para o meio ambiente. Além da vantagem do reaproveitamento de 100% do caco, a reciclagem permite poupar matérias primas naturais, como areia, barrilha, calcário, etc. Esse material reciclado pode ser aplicado em segmentos como pavimentação de estradas, fibra de vidro, bijuterias e muitos outros.

Limitações: A reciclagem desse material não é maior devido ao seu peso, o que encarece o custo do transporte da sucata. Além disso, o material não pode estar misturado com pedaços de cristais, espelhos, lâmpadas ou até mesmo vidro plano usado para automóveis, pois a química do material é diferente o que impede a reciclagem.


Papel e papelão:



33% do papel que circulou no País em 2004 retornou à produção através da reciclagem. Esse índice corresponde à aproximadamente 2 milhões de toneladas. A maior parte do papel destinado à reciclagem, cerca de 86%, é gerado por atividades comerciais e industriais. No Brasil as indústrias consumiram 2,8 milhões de toneladas de papel reciclado.

As caixas feitas em papel ondulado são facilmente recicláveis, consumidas principalmente pelas indústrias de embalagens, responsáveis pela utilização de 64,5% das aparas recicladas no Brasil. Em 2004, 79% do volume total de papel ondulado consumido no Brasil foi reciclado. Nos EUA a recuperação de embalagens de Papelão Ondulado atingiu em 2003 74%, com 23.165 mil toneladas de aparas recuperadas.No mercado americano, as caixas onduladas têm 21% de sua composição proveniente de papel reciclado.

Em 2007 as porcentagens no Brasil foram de:
79,5% - papelão ondulado
38,1% - papel de escritório

Limitações: A contaminação com cera, óleo, plástico e outros materiais prejudicam a reciclagem destes. Porém, como as caixas de papelão ondulado não cabem em cestas de lixo, são coletadas separadamente diminuindo o risco de contaminação do material.

Embalagens Compostas:



25,5% foi a taxa de reciclagem de Embalagens Longa Vida no Brasil em 2007 totalizando cerca de 48.500 mil toneladas. Na Europa, em 2007 a reciclagem deste material ficou em 30%. Cada tonelada de embalagem cartonada reciclada gera, aproximadamente, 680 quilos de papel kraft. No Brasil, é previsto um aumento constante da reciclagem dessas embalagens devido à expansão das iniciativas de coleta seletiva com organização de municípios, cooperativas e comunidade e ao desenvolvimento de novos processos tecnológicos. A taxa de reciclagem mundial é de 16% de Embalagens Longa Vida pós-consumo. Em 2003 a taxa de reciclagem das embalagens longa vida no Brasil foi de 20% totalizando cerca de 30 mil toneladas. A partir da reciclagem dessas embalagens é possível obter fibras para confecção de caixas de papelão e plástico/alumínio que podem ser utilizados para fabricação de peças plásticas como vassouras, canetas e até placas e telhas.

Limitações: Uma vez as embalagens longa vida separadas na coleta seletiva e encaminhadas para as indústrias recicladoras adequadas, não há limitações para a sua reciclagem e reaproveitamento de todas as suas camadas. Entretanto, alguns cuidados podem auxiliar na melhor separação e armazenamento na coleta seletiva. É importante que as embalagens estejam livres de resíduos orgânicos como restos de comidas, pois isso evita odores desagradáveis ao material armazenado. Outra forma de contribuir, é manter as embalagens compactas (sem ar), pois diminui o volume de material que deve ser encaminhado para coleta seletiva.


Metal e Aço:



47% das latas de aço consumidas no Brasil em 2003 foram recicladas. Este índice vem aumentando graças à ampliação de programas de coleta seletiva municipais e programas de reciclagem pós-consumo para estimular a coleta destas embalagens. Esta iniciativa permitiu à embalagem de bebida carbonatada atingir o índice de 78% de reciclagem, número auditado por empresa independente.

Nos Estados Unidos, 60% das embalagens de folha de flandres foram recicladas e no Japão 86%. A cada ano são recicladas no mundo 385 milhões de toneladas de aço.

Em 2007, 49% da produção nacional foi reciclada.

Se considerarmos os índices de reciclagem de carros velhos, eletrodomésticos, resíduos de construção civil, ou seja, todos os segmentos do aço e somarmos aos índices das embalagens deste material, o Brasil recicla cerca de 70% de todo o aço produzido anualmente.

Limitações: As latas devem estar livres das impurezas contidas no lixo, principalmente terra e outros materiais metálicos. O estanho em concentração elevada pode dificultar a reciclagem fazendo-se necessária a retirada deste por processos metalúrgicos que encarecem o processo.


Alumínio :




Em 2005, o Brasil reciclou aproximadamente 9,4 bilhões de latas de alumínio, que representa 127,6 mil toneladas.
O material é recolhido e armazenado por uma rede de aproximadamente 130 mil sucateiros, responsáveis por 50% do suprimento de sucata de alumínio à indústria. Outra parte é recolhida por supermercados, escolas, empresas e entidades filantrópicas. O mercado brasileiro de sucata de latas de alumínio, entre 2000 e 2005, teve um crescimento significativo, devido ao aumento da participação de condomínios e clubes nos programas de coleta seletiva. Outro dado relevante é o surgimento de cooperativas e associações de catadores em todo o país: a participação dessas entidades na coleta de latas de alumínio passou de 43% em 2000 para 52% em 2005. 96,2% da produção nacional de latas foi reciclada em 2005. Em 2004, o índice foi de 96%. Os números brasileiros superam países industrializados como Japão e EUA. Em 2005, os Estados Unidos recuperaram 52% de suas latinhas. O alumínio é reciclável sem perder as suas características, por isso latas e outros tipos de sucata (perfis, panelas, peças fundidas, etc), podem ser reutilizadas como outros produtos semi-manufaturados de alumínio, com características técnicas necessárias para atender às diversas aplicações.

A reciclagem do alumínio em 2007 alcançou os seguintes índices:
Brasil - 96,5%
Japão - 90,9%
Argentina - 88,2%
Estados Unidos - 51,6%

Limitações: A contaminação com matéria orgânica, a mistura com outros materiais, areia ou até mesmo excesso de umidade interferem na reciclagem do alumínio, dificultando sua recuperação para usos mais nobres.


Plásticos:



16,5% dos plásticos rígidos e filme são reciclados em média no Brasil, o que equivale a cerca de 200 mil toneladas por ano. Não há dados específicos para o plástico filme. Em média, o material corresponde a 29% do total de plásticos separados pelas cidades que fazem coleta seletiva. A taxa de reciclagem de plástico na Europa há anos está estabilizada em 22%, sendo que em alguns países a prática é impositiva e regulada por legislações complexas e custosas para a população local, diferentemente do Brasil, onde a reciclagem acontece de forma espontânea. O Brasil ocupa o 4º lugar na reciclagem mecânica do plástico, ficando atrás, apenas da Alemanha, Áustria e EUA. Em 2004 a Europa reciclou 10,5% dos plásticos, o que equivale a 48 mil toneladas.

O índice de reciclagem dos plásticos rígidos e filme em 2007 no Brasil foram de:
Plástico rígido - 21,2%
Plástico filme - 22%

Limitações: A contaminação do material com a matéria orgânica, areia ou óleo e a mistura de polímeros que não são quimicamente compatíveis prejudicam o processo de reciclagem. Sendo assim, os vários tipos de polímeros precisam ser identificados e separados, através dos símbolos padronizados que identificam cada material.


PET – Poli (Tereftalato de Etileno)

O índice de reciclagem brasileiro do PET é de 51,3 %, o maior do mundo entre os países onde não há coleta seletiva. Em 200 6 , o volume reciclado foi de 19 4 mil toneladas de embalagens de PET . A capacidade instalada é de 24 2 mil toneladas. Entre os estados brasileiros, São Paulo detém a maior participação na reciclagem, seguido de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O PET reciclado é utilizado principalmente para a produção de fibras de poliéster (40%), extrusão de chapas ( 16% ) e filmes para termoformagem (15%). Vários outros setores, entretanto, utilizam as embalagens de PET recicladas como matéria-prima: resinas para tintas, vernizes, adesivos e resina poliéster , tubos e vários outros.

No Brasil, 51,3 % das embalagens pós-consumo foram efetivamente recicladas em 200 6 , totalizando 1 94 mil toneladas , num crescimento de 11,5% sobre o ano anterior . As garrafas são recuperadas principalmente através de catadores, além de fábricas e da coleta seletiva operada por municípios. Os programas oficiais de coleta seletiva, que existem em mais de 200 cidades do País, recuperam por volta de 1000 toneladas por ano. Além de garrafas descartáveis, existem no mercado nacional 70 milhões de garrafas de refrigerantes retornáveis, produzidas com este material. No Brasil a taxa de reciclagem de resinas de PET apresenta crescimento anual acima de 20% desde 1997, com picos de 35% (entre 2002/2003). Entre 2003 e 2004 o crescimento da indústria recicladora de PET foi da ordem de 22%.

Em 2007 o Brasil reciclou 51,3% das embalagens PET produzidas no país.

No mesmo ano o Japão reciclou 62%, Europa 38,6%, Argentina 27,1%, Austrália 27%, Estados Unidos 23,5% e México 11%.

Cinquenta e oito indústrias processam o PET pós-consumo, produzindo bens como embalagens para não-alimentícios, fibra de poliéster para indústria têxtil, mantas para obras de geotecnia, vassouras e escovas, cordas, produtos de uso doméstico, tubos para esgotamento predial, telhas, filmes, chapas, etc.

Limitações: O consumidor ainda não está totalmente informado sobre a possibilidade de reciclagem e o conseqüente valor econômico da garrafa PET pós-consumo. Com isso, as embalagens acabam descartadas no lixo comum. Por outro lado, a falta de sistemas eficientes de coleta seletiva impedem a recuperação das garrafas, que acabam perdidas em aterros sanitários e lixões.


Reciclagem no Brasil e no mundo :


Brasil

17,5%

Argentina, Uruguai e Paraguai

5%

Chile

Menos que 5%

Alemanha

60%

Espanha

17%

França

15%

República Tcheca

27%

Bélgica

28,5%

Polônia

7%

Suécia

17,6%

Luxemburgo

28%

Estados Unidos

13,5% - maioria garrafas de refrigerantes, água e leite

Colômbia

6%

Brasil

43,9% papelcartãoFontes: Cempre
73% papelão ondulado

Argentina, Uruguai e Paraguai

10%

México

60%

Espanha

52,7%

França

45%

República Tcheca

62%

Noruega

51%

Polônia

38%

Suécia

43,7%

Portugal

16%

Luxemburgo

85%

Estados Unidos

55%

Colômbia

35%

Fontes: Cempre

Vantagens da reciclagem:

Os resultados da reciclagem são expressivos tanto no campo ambiental, como nos campos econômico e social.

No meio-ambiente a reciclagem pode reduzir a acumulação progressiva de resíduos a produção de novos materiais, como por exemplo o papel, que exigiria o corte de mais árvores; as emissões de gases como metano e gás carbônico; as agressões ao solo, are água; entre outros tantos fatores negativos.

No aspecto econômico a reciclagem contribui para a utilização mais racional dos recursos naturais e a reposição daqueles recursos que são passíveis de re-aproveitamento.

No âmbito social, a reciclagem não só proporciona melhor qualidade de vida para as pessoas, através das melhorias ambientais, como também tem gerado muitos postos de trabalho e rendimento para pessoas que vivem nas camadas mais pobres.

No Brasil existem os carroceiros ou catadores de papel, que vivem da venda de sucatas, papéis, latas de alumínio e outros materiais recicláveis deitados para o lixo. Também trabalham na colecta ou na classificação de materiais para a reciclagem. Como é um serviço penoso, pesado e sujo, não tem grande poder atrativo para as fatias mais qualificadas da população.

Assim, para muitas das pessoas que trabalham na reciclagem (em especial os que têm menos educação formal), a reciclagem é uma das únicas alternativas de ganhar o seu sustento.

O manuseio de resíduos deve ser feito de maneira cuidadosa, para evitar a exposição a agentes causadores de doenças.

No Brasil, a cidade que mais recicla seu resíduos é Curitiba: atualmente, 20% de todo os resíduos produzidos - cerca de 450 toneladas por dia - são reciclados na cidade.


Tirar o lixo debaixo do tapete:


Um dos maiores desafios da sociedade moderna é o destino do lixo. Nova Iorque deposita seus resíduos a mais de 200 km de distância. A cidade de São Paulo transporta parte do lixo para o município de Caieiras. São José dos Campos praticamente esgotou o aterro sanitário do Torrão de Ouro e em breve terá um problema semelhante. O deslocamento aumenta muito o custo com o transporte, que pode representar até dois terços dos gastos de coleta e destinação final dos detritos.

A situação no nosso Litoral Norte é emblemática. O último aterro em operação – em Ubatuba – foi fechado no final de 2008. Para evitar um colapso, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba passaram a exportar os resíduos para Tremembé e Santa Isabel, em percurso que chega a 210 quilômetros. No caso de Ubatuba, por exemplo, a operação elevou o custo em mais de 400%. Para efeito de ilustração, enquanto a cidade gasta anualmente no sistema de lixo R$ 4,2 milhões, investiu em pavimentação de ruas e avenidas no último ano R$ 1,2 milhões. Imagine quantos investimentos a cidade fica impedida de realizar com essa despesa extra.

A CETESB divulgou recentemente o Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares de 2008. Lá estão relacionadas 42 cidades paulistas que operam aterros sanitários irregulares por não atender as exigências ambientais. Cinco estão em nossa região – Taubaté (153 toneladas/dia), Cruzeiro (30,8 ton/dia), Aparecida (14,7 ton/dia), Bananal (3,2 ton/dia) e Silveiras (1,1 ton/dia). Todas essas cidades têm prazo até dezembro deste ano para se adequar às normas, sob o risco de sofrer multas e até interdição dos aterros.

Diante destes fatos, preocupa-me se estamos dando a devida atenção ao problema. Há alternativas viáveis para mitigar o drama dos aterros sanitários. Uma delas é a necessidade de oficializar e ampliar programas de coleta seletiva, além de instalar usinas de compostagem de material orgânico e reciclagem de resíduos, acompanhados da educação sócio-ambiental .

Partindo da preocupação à ação, consegui aprovar na Assembléia Legislativa um Projeto para impulsionar a coleta seletiva. Este projeto hoje já é uma Lei Estadual, mas aguarda regulamentação do governador para que efetivamente obrigue a implantação da coleta seletiva de lixo em shopping centers, empresas e condomínios industriais e residenciais de grande porte, além de repartições públicas. É um passo importante para alcançarmos a generalização da prática de separação e reaproveitamento, começando por obrigar ao menos estes grandes geradores de lixo a fazer isso. O governo do Estado, que ora aponta as cidades com aterros problemáticos, muito ajudaria regulamentando nossa Lei.

Outra boa iniciativa é a organização de consórcios intermunicipais. Aliás, a criação de ferramentas de planejamento regional, somando esforços para solucionar problemas comuns, é uma idéia que defendo há anos com a proposta da Região Metropolitana do Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira, agora também encampada por toda a Frente de deputados da região. Algumas das nossas cidades, como as do Litoral, já perceberam a eficiência deste conceito para lidar com o problema do lixo.

O alerta vale para todos. Mesmo os aterros regulares em breve alcançarão seu limite. Encontrar novas áreas – e cada vez mais distantes – é difícil, aumenta enormemente os custos e ainda contribui para poluir o ar com o diesel consumido no transporte. Prefeituras e o governo do Estado devem trazer esta pauta para o centro das prioridades. Mas cabe a cada um de nós, cidadãos, a ação de maior impacto para a crescente acumulação de lixo: questionar nosso modo de vida. Reduzir compras supérfluas, escolher produtos com menos desperdício de embalagens ou evitar as onipresentes sacolinhas plásticas é praticar o consumo consciente.



Qualidade do ar no Vale do Paraíba



O Vale do Paraíba é uma região cercada de montanhas, nós estamos entre duas grandes serras, que são as serras da Mantiqueira e do Mar. O movimento de ventos aqui é muito pouco. Se continuar a instalação de fábricas poluentes na região, daqui a vinte anos, no máximo, nós vamos ter problemas quanto à qualidade do ar na região. Isto é um problema a ser pensado principalmente pelas câmaras municipais e pelos prefeitos. Importante colocar quando nós fazemos uma análise do problema ambiental no Vale do Paraíba ou no Brasil é que não somos contra o processo de industrialização. Mas acredito que é racional que se discuta qual a indústria mais interessante para o município. É importante que os prefeitos saibam quais as indústrias que estão sendo banidas de outros municípios e querem se instalar na nossa região. Também é importante ter uma posição clara e definida contra as indústrias poluentes, já que, na realidade elas não beneficiam a região e aumentam os problemas.,


Fonte: http://www.jornalolince.com.br/2008/ago/entrevista/pasin.php


quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Tratamento de esgoto no Brasil


Esgoto, efluente ou águas servidas são todos os resíduos líquidos provenientes de indústrias e domicílios e que necessitam de tratamento adequado para que sejam removidas as impurezas e assim possam ser devolvidos à natureza sem causar danos ambientais e à saúde humana.
Geralmente a própria natureza possui a capacidade de decompor a matéria orgânica presente nos rios, lagos e no mar. No entanto, no caso dos efluentes essa matéria é em grande quantidade exigindo um tratamento mais eficaz em uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) que, basicamente, reproduz a ação da natureza de maneira mais rápida.


É importante destacar que o tratamento dos efluentes pode variar muito dependendo do tipo de efluente tratado e da classificação do corpo de água que irá receber esse efluente, de acordo com a Resolução CONAMA 20/86. Quanto ao tipo, o esgoto industrial costuma ser mais difícil e caro de tratar devido à grande quantidade de produtos químicos presentes.
Quanto à classificação, o efluente deve ser devolvido ao rio tão limpo ou mais limpo do ele próprio, de forma que não altere suas características físicas, químicas e biológicas. Em alguns casos, como por exemplo, quando a bacia hidrográfica está classificada como sendo de classe
especial, nenhum tipo de efluente pode ser jogado ali, mesmo que tratado. Isso porque esse tipo de classe se refere aos corpos de água usados para abastecimento.
Pode-se então, separar o tratamento de esgoto domiciliar em 4 níveis básicos: nível preliminar, tratamento primário e tratamento secundário que tem quase a mesma função, e tratamento terciário ou pós-tratamento. Cada um deles têm, respectivamente, o
objetivo de remover os sólidos suspensos (lixo, areia), remover os sólidos dissolvidos, a matéria orgânica, e os nutrientes e organismos patogênicos (causadores de doenças).
No nível preliminar são utilizadas grades, peneiras ou caixas de areia para reter os resíduos maiores e impedir que haja danos as próximas unidades de tratamento, ou até mesmo, para facilitar o transporte do efluente.
No tratamento primário são sedimentados (
decantação) os sólidos em suspensão que vão se acumulando no fundo do decantador formando o lodo primário que depois é retirado para dar continuidade ao processo.
Em seguida, no tratamento secundário, os microorganismos irão se alimentar da matéria orgânica convertendo-a em gás carbônico e água. E no terceiro e último processo, também chamado de fase de pós-tratamento, são removidos os poluentes específicos como os micronutrientes (nitrogênio, fósforo…) e patogênicos (
bactérias, fungos). Isso quando se deseja que o efluente tenha qualidade superior, ou quando o tratamento não atingiu a qualidade desejada.
Quando se trata de efluentes industriais a própria
empresa que faz o tratamento de esgoto exige que a indústria monitore a qualidade dos efluentes mandados para e estação. No caso de haver substâncias muito tóxicas ou que não podem ser removidas pelo tratamento oferecido pela ETE, a indústria é obrigada a construir a sua própria ETE para tratar seu próprio efluente.
Fonte: COPASA, CETESB.